sexta-feira, 25 de junho de 2010

Seu time é lanterna?

Lanterna ou lanterninha é a maneira como brasileiros chamam as equipes que ficam em último lugar em uma competição.

O termo original, lanterna vermelha, surgiu na França em 1903.

Durante a Tour de France (Volta da França, famosa prova ciclística), os últimos colocados passaram a ser apelidados assim em referência à uma luz vermelha que ficava na traseira do último vagão dos trens, transporte muito popular naquela época.

A competição é conhecida internacionalmente, o que levou a expressão a se popularizar também em outros países como Inglaterra, Portugal e Brasil.

Gosta de expressões? Clique aqui para conhecer a origem de "virar a casaca".

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Você conhece a distimia?

No Jornal Placar de hoje, José Vicente Bernardo escreveu um trechinho bem interessante, que reproduzo aqui:


“Não faz muito tempo, fiz uma matéria sobre mau humor para a TV Bandeirantes, onde eu era repórter. A ideia surgiu porque todo mundo conhece pessoas insuportáveis, inimigas da alegria, da simpatia e da boa educação. Não sei se isso serve como atenuante, mas descobri que esse comportamento negativo pode ser uma doença, um transtorno mental. Chama-se distimia. É um tipo mais brando de depressão, mas torna a pessoa rabugenta, irritada, insatisfeita e infeliz. A superação de um eventual problema não melhora em nada o humor do distímico. O doente só enxerga o lado ruim de tudo e de todos, não sente prazer nem nos momentos de glória. Um chato de galocha, enfim. O tratamento é à base de medicamento e terapia. Por que será que eu lembrei disso agora?”

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Jabulani

É esse o nome da bola oficial que será usada na Copa do Mundo 2010, que significa algo como “celebrar”, em Zulu.

Desenvolvida pela Adidas especialmente para o mundial, a bola que resultou dos últimos avanços da indústria química alemã tem sido criticada por jogadores e goleiros de diversas nacionalidades.

O goleiro brasileiro, Julio César, afirmou que a bola é horrorosa e parece ter sido comprada em supermercado. Gianluigi Buffon, o goleiro titular da Itália, disse que a bola é um problema por ter uma trajetória imprevisível. Chegou a afirmar que “os campeões precisam de material decente” e que a bola “não é decente”. Para o goleiro da Espanha, Iker Casillas, a Jabulani se assemelha à bola de praia. O espanhol lamenta que uma competição tão importante como a Copa tenha “um elemento vital como a bola com características tão abissais”. Fernando Muslera, goleiro do Uruguai, afirmou que “a bola se move muito e você tem que esperar pelos movimentos dela antes de pular” e que, por isso, é a pior bola com que já jogou. David James, por sua vez, disse que a bola é “terrível” e vai fazer alguns goleiros parecerem “estúpidos” ao tomarem gols que, com outras bolas, não seriam marcados.


A manchete “La pelota estresante” estampada no jornal espanhol El País introduziu uma reportagem sobre o descontentamento dos jogadores quanto às características da bola. O jornal ressalta que os jogadores da Espanha têm sido cautelosos em suas críticas por serem patrocinados pela Adidas, ao contrário dos brasileiros que, patrocinados pela Nike, não hesitam ao demonstrar sua insatisfação.

No jornal britânico The Guardian, o humorista Barry Glendenning ironiza as reclamações: “É muito redonda. É muito pesada. É muito leve. Desvia muito. Tem cheiro de batata. É irreal.”

Enquanto a Adidas alega que a ausência de costuras confere à bola um vôo mais estável, um estudo confirmou que a altitude do local pode influenciar sua trajetória em até 5%. Desenvolvida com o propósito de aumentar as chances de gol, a bola é criticada por sua imprevisibilidade.

Os jogadores brasileiros foram categóricos ao descrevê-la como ruim. Luis Fabiano a classificou como “mais um adversário” e disse que sua trajetória é estranha – “parece sobrenatural”, afirmou. Já o volante Felipe Melo a comparou à mulher patricinha que, segundo ele, difere da mulher de malandro por não gostar de ser chutada. Para Robinho, a baixa qualidade da bola é evidência de que seu criador provavelmente “nunca jogou futebol”. Por outro lado, o atacante reconheceu que ela aumenta a força de seu chute.

Em resposta às críticas, a Adidas alegou que a culpa é das seleções que, mesmo tendo recebido a bola com antecedência, não conseguiram se acostumar.

[...]
é um utensílio semivivo,
de reação própria como bicho,
e que, como bicho, é mister
(mais que bicho, como mulher)
usar com malícia e atenção
dando aos pés astúcia de mão
[João Cabral de Mello Neto]