terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Ossos do ofício...

Qualquer pessoa que ocupa uma posição de liderança está sujeita a deparar-se, mais cedo ou mais tarde, com a difícil tarefa de equilibrar suas próprias convicções e as cobranças de uma multidão afeita a discordar. E se é assim até na menor das comunidades, não seria diferente com o técnico da seleção no país do futebol.

Mais complicado do que dizer se a equipe deve ser organizada ofensivamente ou em um esquema mais defensivo é dizer se nomes como Ronaldinho Gaúcho, Diego e Ronaldo estarão na esperada lista de convocados. E, apesar de saber que a torcida quer ver seus ídolos em campo, Dunga tem escalado jogadores consagrados...para o banco.

Juca Kfouri diz que “Dunga é assim. Chama quem se deu bem com ele, mesmo que em má fase em seus clubes”. Dunga diz que a convocação “não depende da técnica, mas sim do comprometimento do craque”. Neto diz que “Privilegiar comprometimento e não técnica chega a ser absurdo”.

Se os critérios pra determinar quem está apto a vestir a camisa da seleção são subjetivos, quase questão de gosto, resta torcermos por nossos preferidos e sermos compreensivos caso as decisões não nos agradem. Afinal de contas, como disse uma vez Tommy Lasorda, personalidade do beisebol norte-americano, “se um treinador começar a se preocupar com os espectadores que estão nas arquibancadas, logo ele estará ao lado deles”.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A paradinha: malandragem ou técnica?

A polêmica já é antiga, mas ganhou fôlego novo quando Neymar, do Santos, usou a “paradinha” na partida contra o São Paulo.

O artifício é simples: o jogador responsável pela cobrança do pênalti simula um chute ao gol e interrompe o movimento, levando o goleiro a saltar prematuramente. Com o goleiro no chão, só um jogador muito pouco habilidoso pode conseguir a proeza de perder o gol.
É um movimento permitido no Brasil (ao contrário da Europa, por exemplo), mas que ainda divide opiniões.

Quem apóia a paradinha alega que a equipe que sofreu o pênalti deve ter seu prejuízo ressarcido. Ou seja: um jogador que estava prestes a marcar um gol e foi derrubado merece ter vantagem nessa segunda chance de encarar o goleiro adversário.

Há ainda quem ache que a paradinha é, assim como o drible, uma ação legítima, que faz parte do futebol e que pode, no fim das contas, contribuir para a evolução dos goleiros. Parece justo: o batedor está lá para fazer gol, o goleiro está lá para impedir e cabe a eles decidir os meios que vão utilizar.

Simples, certo?

Nem tanto. Porque, por outro lado, há aqueles que consideram que a paradinha é uma tentativa desleal de trapacear. Para esse grupo, a simulação do chute é um ato explícito de malandragem que elimina quase totalmente a possibilidade de intervenção do goleiro.

Mesmo sabendo que o pênalti resulta de uma infração grave (e que é justa uma segunda chance pro time que perdeu uma oportunidade de gol), a impressão que eu tenho é que “enrolar” o goleiro é uma tática pouco digna de admiração. Mas como esse é o pitaco de alguém que sabe pouco sobre o que fala, prefiro recorrer à opinião de quem realmente entende de futebol:


“Acho que o recurso é válido. Tirar a paradinha seria beneficiar o infrator que fez a falta. Se você impede do cobrador fazer a jogada, estará dando mais uma chance para o infrator de defender o pênalti” [Roberto Wright, comentarista esportivo]

"A paradinha não é um recurso justo. É uma infração e deve ser punida com cartão amarelo pelo árbitro. É um artifício mais sujo que a simulação de um pênalti” [Joseph Blatter, presidente da FIFA]

“Eu acho uma coisa bacana. O legal é que a regra permite. É algo diferente daquele negócio de correr para a bola e dar uma porrada. Isso ajuda no espetáculo, é algo bonito” [Muricy Ramalho, técnico do São Paulo]

“Eu sou totalmente contra a paradinha. A vantagem é toda do atacante. A chance de o goleiro pegar a penalidade é mínima. É como chutar um pênalti sem goleiro. E tem outra coisa: a regra diz que o goleiro não pode se mexer antes da cobrança. Com a paradinha, isso acontece. Ou seja, seria preciso voltar a cobrança. Enfim, isso é uma covardia” [Humberto Peron, colunista do Lancenet!]

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Sim, elas falam de futebol

Porque gostam, porque entendem, porque torcem, têm opinião, dúvidas e preferências...

Bem vindas, luluzinhas!