quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Em resposta ao post anterior...
Globo abre mão de direito de preferência para transmitir Brasileiro; Cade suspende processo. Leia aqui.
domingo, 10 de outubro de 2010
Todos são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros
Muito cansados da exploração humana, os animais resolvem assumir o comando da fazenda em que vivem para governar a si mesmos. Um velho porco fala a todos sobre o princípio de igualdade que deveria existir entre eles e propõe uma revolução. Muito animados, a colocam em prática com a liderança de dois outros porcos muito inteligentes, que, em nome de uma boa convivência na fazenda, estabelecem 7 mandamentos. Acontece que um deles – tão representativo das fraquezas humanas... – passa a usufruir de alguns privilégios proibidos aos outros animais, como o consumo de álcool e o uso de roupas, por exemplo. Aos poucos, os mandamentos vão sendo alterados, e onde antes se lia “Todos os animais são iguais”, agora havia “Todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais que os outros”.
Assim acontece no livro A revolução dos bichos (1945), sátira feita à União soviética comunista, mas que poderia referir-se a qualquer situação em que alguém, ao ocupar uma posição de maior poder, muda suas convicções e, em termos futebolísticos, as regras do jogo. Difícil não pensar no caríssimo Presidente da República que, historicamente contrário à reeleição, chegou a cogitar um terceiro mandato ao tornar-se Chefe de Estado...
Mas como política não é o assunto do blog, justifico agora o “prefácio” deste post. Hoje pela manhã, li um comentário sobre um fato que todo mundo conhece há muito tempo: o privilégio (monopólio?) da Rede Globo para transmitir jogos do Brasileirão. O Contrato da emissora com o Clube dos 13 (união dos 20 maiores clubes de futebol do Brasil, responsável pela negociação dos direitos de transmissão de campeonatos) permite que a Globo cubra qualquer proposta de outras emissoras, o que está bem claro em uma cláusula de privilégio. Assim, a emissora sempre detém os direitos de transmissão, prática ilegal por impedir a livre concorrência.
A denúncia feita pelo Ministério Público está pronta para ser julgada: até o final do ano, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgão responsável por fiscalizar abusos do poder econômico e por regular a concorrência) pode optar por uma punição à rede Globo e ao Clube dos 13. Quando os jogos são exibidos sempre pelo mesmo canal, o torcedor perde o direito de optar por seus narradores e comentaristas preferidos, entre tantas outras coisas.
Fica bem nítido que no mundo da concorrência, todos são iguais. Mas uns são mais iguais que os outros...
Assim acontece no livro A revolução dos bichos (1945), sátira feita à União soviética comunista, mas que poderia referir-se a qualquer situação em que alguém, ao ocupar uma posição de maior poder, muda suas convicções e, em termos futebolísticos, as regras do jogo. Difícil não pensar no caríssimo Presidente da República que, historicamente contrário à reeleição, chegou a cogitar um terceiro mandato ao tornar-se Chefe de Estado...
Mas como política não é o assunto do blog, justifico agora o “prefácio” deste post. Hoje pela manhã, li um comentário sobre um fato que todo mundo conhece há muito tempo: o privilégio (monopólio?) da Rede Globo para transmitir jogos do Brasileirão. O Contrato da emissora com o Clube dos 13 (união dos 20 maiores clubes de futebol do Brasil, responsável pela negociação dos direitos de transmissão de campeonatos) permite que a Globo cubra qualquer proposta de outras emissoras, o que está bem claro em uma cláusula de privilégio. Assim, a emissora sempre detém os direitos de transmissão, prática ilegal por impedir a livre concorrência.
A denúncia feita pelo Ministério Público está pronta para ser julgada: até o final do ano, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica, órgão responsável por fiscalizar abusos do poder econômico e por regular a concorrência) pode optar por uma punição à rede Globo e ao Clube dos 13. Quando os jogos são exibidos sempre pelo mesmo canal, o torcedor perde o direito de optar por seus narradores e comentaristas preferidos, entre tantas outras coisas.
Fica bem nítido que no mundo da concorrência, todos são iguais. Mas uns são mais iguais que os outros...
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sexta-feira, 17 de setembro de 2010
E eu com isso?
Imagine a seguinte situação:
Sendo um atleta bem sucedido, saudável e talentoso, que cuida da alimentação e da saúde de um modo geral... Você temeria a hepatite C?
Nos anos 50, 60, 70, 80 e 90, uma prática comum entre esportistas era injetar estimulantes e vitaminas utilizando agulhas que compartilhavam com os colegas, após esterilizá-las com água fervente. Pode parecer absurdo para quem vive na era dos descartáveis, mas esse procedimento, que visava melhorar o desempenho dos atletas, era normal naquela época.
Ora, um procedimento aceito por tanto tempo devia ser bastante seguro, certo?
Errado.
Nos anos 50, 60, 70, 80 e 90, uma prática comum entre esportistas era injetar estimulantes e vitaminas utilizando agulhas que compartilhavam com os colegas, após esterilizá-las com água fervente. Pode parecer absurdo para quem vive na era dos descartáveis, mas esse procedimento, que visava melhorar o desempenho dos atletas, era normal naquela época.
Ora, um procedimento aceito por tanto tempo devia ser bastante seguro, certo?
Errado.
Talvez você não saiba, mas a doença conhecida como hepatite C, transmitida pelo sangue e fatal, não dá sinais de sua existência. Uma pessoa afetada pode passar mais de 30 anos sem a manifestação de nenhum sintoma, o que dificulta sua identificação. Ou seja: muitos atletas estavam sendo infectados e sequer desconfiavam.
Recentemente, pesquisas feitas em universidades brasileiras constataram que ex-esportistas ocupam lugar de destaque entre os portadores da doença. Ex-jogadores famosos engajaram-se em campanhas para tentar alertar a população.
Mas se você não é afeito aos esportes, por que essa notícia te interessa?
Porque nosso país vive uma epidemia: pode haver 3,5 milhões de brasileiros infectados. As origens são diversas: transfusões de sangue realizadas antes de 1992; agulhas não esterilizadas em tatuadores, esteticistas e manicures; procedimentos cirúrgicos e compartilhamento de seringas para consumo de drogas, por exemplo...
Se você está certo de que não faz parte dos 95% de infectados que desconhecem ter a doença, você deveria assistir a este vídeo:
Porque nosso país vive uma epidemia: pode haver 3,5 milhões de brasileiros infectados. As origens são diversas: transfusões de sangue realizadas antes de 1992; agulhas não esterilizadas em tatuadores, esteticistas e manicures; procedimentos cirúrgicos e compartilhamento de seringas para consumo de drogas, por exemplo...
Se você está certo de que não faz parte dos 95% de infectados que desconhecem ter a doença, você deveria assistir a este vídeo:
O portador de hepatite C leva uma vida normal por décadas, sem sinais da doença. O vírus pode ser eliminado quando é identificado rapidamente, mas um diagnóstico tardio pode levar à morte. A boa notícia é que o exame é coberto pelo SUS e pela maior parte dos planos de saúde.
Uma conclusão?
Uma conclusão?
Não é preciso TEMER, mas sim CONHECER a hepatite C.
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sexta-feira, 25 de junho de 2010
Seu time é lanterna?
Lanterna ou lanterninha é a maneira como brasileiros chamam as equipes que ficam em último lugar em uma competição.
O termo original, lanterna vermelha, surgiu na França em 1903.
Durante a Tour de France (Volta da França, famosa prova ciclística), os últimos colocados passaram a ser apelidados assim em referência à uma luz vermelha que ficava na traseira do último vagão dos trens, transporte muito popular naquela época.
A competição é conhecida internacionalmente, o que levou a expressão a se popularizar também em outros países como Inglaterra, Portugal e Brasil.
Gosta de expressões? Clique aqui para conhecer a origem de "virar a casaca".
O termo original, lanterna vermelha, surgiu na França em 1903.
Durante a Tour de France (Volta da França, famosa prova ciclística), os últimos colocados passaram a ser apelidados assim em referência à uma luz vermelha que ficava na traseira do último vagão dos trens, transporte muito popular naquela época.
A competição é conhecida internacionalmente, o que levou a expressão a se popularizar também em outros países como Inglaterra, Portugal e Brasil.
Gosta de expressões? Clique aqui para conhecer a origem de "virar a casaca".
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Você conhece a distimia?
No Jornal Placar de hoje, José Vicente Bernardo escreveu um trechinho bem interessante, que reproduzo aqui:
“Não faz muito tempo, fiz uma matéria sobre mau humor para a TV Bandeirantes, onde eu era repórter. A ideia surgiu porque todo mundo conhece pessoas insuportáveis, inimigas da alegria, da simpatia e da boa educação. Não sei se isso serve como atenuante, mas descobri que esse comportamento negativo pode ser uma doença, um transtorno mental. Chama-se distimia. É um tipo mais brando de depressão, mas torna a pessoa rabugenta, irritada, insatisfeita e infeliz. A superação de um eventual problema não melhora em nada o humor do distímico. O doente só enxerga o lado ruim de tudo e de todos, não sente prazer nem nos momentos de glória. Um chato de galocha, enfim. O tratamento é à base de medicamento e terapia. Por que será que eu lembrei disso agora?”
“Não faz muito tempo, fiz uma matéria sobre mau humor para a TV Bandeirantes, onde eu era repórter. A ideia surgiu porque todo mundo conhece pessoas insuportáveis, inimigas da alegria, da simpatia e da boa educação. Não sei se isso serve como atenuante, mas descobri que esse comportamento negativo pode ser uma doença, um transtorno mental. Chama-se distimia. É um tipo mais brando de depressão, mas torna a pessoa rabugenta, irritada, insatisfeita e infeliz. A superação de um eventual problema não melhora em nada o humor do distímico. O doente só enxerga o lado ruim de tudo e de todos, não sente prazer nem nos momentos de glória. Um chato de galocha, enfim. O tratamento é à base de medicamento e terapia. Por que será que eu lembrei disso agora?”
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quarta-feira, 2 de junho de 2010
Jabulani
É esse o nome da bola oficial que será usada na Copa do Mundo 2010, que significa algo como “celebrar”, em Zulu.
Desenvolvida pela Adidas especialmente para o mundial, a bola que resultou dos últimos avanços da indústria química alemã tem sido criticada por jogadores e goleiros de diversas nacionalidades.
O goleiro brasileiro, Julio César, afirmou que a bola é horrorosa e parece ter sido comprada em supermercado. Gianluigi Buffon, o goleiro titular da Itália, disse que a bola é um problema por ter uma trajetória imprevisível. Chegou a afirmar que “os campeões precisam de material decente” e que a bola “não é decente”. Para o goleiro da Espanha, Iker Casillas, a Jabulani se assemelha à bola de praia. O espanhol lamenta que uma competição tão importante como a Copa tenha “um elemento vital como a bola com características tão abissais”. Fernando Muslera, goleiro do Uruguai, afirmou que “a bola se move muito e você tem que esperar pelos movimentos dela antes de pular” e que, por isso, é a pior bola com que já jogou. David James, por sua vez, disse que a bola é “terrível” e vai fazer alguns goleiros parecerem “estúpidos” ao tomarem gols que, com outras bolas, não seriam marcados.
A manchete “La pelota estresante” estampada no jornal espanhol El País introduziu uma reportagem sobre o descontentamento dos jogadores quanto às características da bola. O jornal ressalta que os jogadores da Espanha têm sido cautelosos em suas críticas por serem patrocinados pela Adidas, ao contrário dos brasileiros que, patrocinados pela Nike, não hesitam ao demonstrar sua insatisfação.
No jornal britânico The Guardian, o humorista Barry Glendenning ironiza as reclamações: “É muito redonda. É muito pesada. É muito leve. Desvia muito. Tem cheiro de batata. É irreal.”
Enquanto a Adidas alega que a ausência de costuras confere à bola um vôo mais estável, um estudo confirmou que a altitude do local pode influenciar sua trajetória em até 5%. Desenvolvida com o propósito de aumentar as chances de gol, a bola é criticada por sua imprevisibilidade.
Os jogadores brasileiros foram categóricos ao descrevê-la como ruim. Luis Fabiano a classificou como “mais um adversário” e disse que sua trajetória é estranha – “parece sobrenatural”, afirmou. Já o volante Felipe Melo a comparou à mulher patricinha que, segundo ele, difere da mulher de malandro por não gostar de ser chutada. Para Robinho, a baixa qualidade da bola é evidência de que seu criador provavelmente “nunca jogou futebol”. Por outro lado, o atacante reconheceu que ela aumenta a força de seu chute.
Em resposta às críticas, a Adidas alegou que a culpa é das seleções que, mesmo tendo recebido a bola com antecedência, não conseguiram se acostumar.
Desenvolvida pela Adidas especialmente para o mundial, a bola que resultou dos últimos avanços da indústria química alemã tem sido criticada por jogadores e goleiros de diversas nacionalidades.
O goleiro brasileiro, Julio César, afirmou que a bola é horrorosa e parece ter sido comprada em supermercado. Gianluigi Buffon, o goleiro titular da Itália, disse que a bola é um problema por ter uma trajetória imprevisível. Chegou a afirmar que “os campeões precisam de material decente” e que a bola “não é decente”. Para o goleiro da Espanha, Iker Casillas, a Jabulani se assemelha à bola de praia. O espanhol lamenta que uma competição tão importante como a Copa tenha “um elemento vital como a bola com características tão abissais”. Fernando Muslera, goleiro do Uruguai, afirmou que “a bola se move muito e você tem que esperar pelos movimentos dela antes de pular” e que, por isso, é a pior bola com que já jogou. David James, por sua vez, disse que a bola é “terrível” e vai fazer alguns goleiros parecerem “estúpidos” ao tomarem gols que, com outras bolas, não seriam marcados.
A manchete “La pelota estresante” estampada no jornal espanhol El País introduziu uma reportagem sobre o descontentamento dos jogadores quanto às características da bola. O jornal ressalta que os jogadores da Espanha têm sido cautelosos em suas críticas por serem patrocinados pela Adidas, ao contrário dos brasileiros que, patrocinados pela Nike, não hesitam ao demonstrar sua insatisfação.
No jornal britânico The Guardian, o humorista Barry Glendenning ironiza as reclamações: “É muito redonda. É muito pesada. É muito leve. Desvia muito. Tem cheiro de batata. É irreal.”
Enquanto a Adidas alega que a ausência de costuras confere à bola um vôo mais estável, um estudo confirmou que a altitude do local pode influenciar sua trajetória em até 5%. Desenvolvida com o propósito de aumentar as chances de gol, a bola é criticada por sua imprevisibilidade.
Os jogadores brasileiros foram categóricos ao descrevê-la como ruim. Luis Fabiano a classificou como “mais um adversário” e disse que sua trajetória é estranha – “parece sobrenatural”, afirmou. Já o volante Felipe Melo a comparou à mulher patricinha que, segundo ele, difere da mulher de malandro por não gostar de ser chutada. Para Robinho, a baixa qualidade da bola é evidência de que seu criador provavelmente “nunca jogou futebol”. Por outro lado, o atacante reconheceu que ela aumenta a força de seu chute.
Em resposta às críticas, a Adidas alegou que a culpa é das seleções que, mesmo tendo recebido a bola com antecedência, não conseguiram se acostumar.
[...]
é um utensílio semivivo,
de reação própria como bicho,
e que, como bicho, é mister
(mais que bicho, como mulher)
usar com malícia e atenção
dando aos pés astúcia de mão
[João Cabral de Mello Neto]
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quarta-feira, 26 de maio de 2010
Sem paradinhas na Copa...
Em reunião com a IFAB (International Football Association Board, órgão responsável pelas regras do futebol) realizada em maio, a Fifa decidiu proibir da “paradinha”. Segundo a nova emenda, o jogador está autorizado a fazer uma pequena interrupção enquanto corre em direção à bola (conhecida como “finta”), mas não pode simular um chute depois de ter finalizado a corrida.
A paradinha é pouco utilizada ou proibida na maioria dos países (como no futebol europeu, por exemplo), mas se tornou comum nas cobranças de pênalti no gramado brasileiro.
De acordo com a nova regra, o jogador que recorrer à paradinha a partir do dia 11 de junho será punido.
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